domingo, 5 de abril de 2015

Modelo ABCD de interpretação: da adversidade à oportunidade

A história do modelo ABCD começa com o pai da terapia cognitiva, Albert Ellis e foi adaptada por Martin Seligman.

Esse modelo é uma maneira de nos ajudar a enxergar o caminho da adversidade à oportunidade. Ou seja, mesmo nos piores momentos, podemos tirar lições valiosas que vão nos impulsionar a novos desafios e vitórias.



ABCD significam Adversity, Belief, Consequence e Disputation, em português temos Adversidade, Crença, Consequência e Contestação.

Adversidade é o evento, a situação que não podemos mudar.

A Crença é nossa reação ao evento, porque ele ocorreu e o que isso significa para o nosso futuro. É um problema temporário ou permanente? Tem solução ou é impossível?

Se consideramos esse problema algo temporário e que tem solução, que essa adversidade pode ser uma oportunidade para coisas melhores, as chances de ter Consequências positivas aumentam.

Por outro lado, se a Crença nos leva ao pessimismo de que aquilo é impossível, as Consequências serão negativas. Nesse ponto, aplicamos a Contestação.

Na Contestação, o primeiro passo é admitir que as Crenças são só isso e não verdades absolutas. Depois deve-se contestá-las (desafiá-las). Uma recomendação dos psicólogos é externalizar a Contestação, como se você estivesse falando com outra pessoa.

Pense como se você estivesse aconselhando um amigo: você deixaria que ele seguisse por esse caminho? Acreditasse que a situação não tem solução?

Se depois de fazer isso a adversidade ainda parecer grave, pergunte-se se ela é de fato tão grave assim. 

Quando estamos diante de um situação difícil - a perda de um emprego, a morte de um ente querido ou o fim de um relacionamento - tendemos a superestimar nosso sofrimento. Nosso medo das consequências é sempre pior do que as consequências em si.

Tente descobrir as oportunidades ocultas nas adversidades.

Um simples exemplo da aplicação:

A - Adversidade:  Você está passeando pela rua e alguém que você conhece passa por você sem cumprimentar.

B - Crenças: Você pensa consigo mesmo: "O que eu fiz? Ele / ela deve estar chateado comigo ou não gosta mais de mim. "

C - Consequências: Você começa a se preocupar e se sentir mal sobre isso, então você fica um pouco irritado e decide dar um gelo na próxima vez que ver essa pessoa.

D - Contestação: Então você passa a pensar: "Espere, ele / ela provavelmente não me viu; talvez ele / ela estava distraída por algo difícil, que aconteceu mais cedo naquele dia."

Depois de dizer isso para si mesmo, você se sente mais relaxado, menos preocupado, mais racional. Você decide se aproximar desta pessoa na próxima vez que a encontrar.


Referências:

sexta-feira, 3 de abril de 2015

Sobre a tal felicidade e seu esquecimento

Pelo título já dá pra imaginar que lá vem mais um texto clichê. Pra começo de conversa, não sei porque as pessoas tratam a felicidade como clichê.

Essa semana, num dos muitos surtos do meu cérebro extremamente cansado, lembrei do pedaço de uma música que eu ouvi não sei em que lugar, mas que gostei. Google It e magicamente descubro a canção que ao mesmo tempo me entristeceu e me inspirou (confesso que sou uma escritora muito melhor nos dias nublados).

Esquecimento - Skank




De início não entendi muito bem porque a música exerceu uma forte influência no meu humor, mas hoje de manhã, como num estalo, eu compreendi.

O esquecimento da felicidade...

Revisitei uns textos do ano passado aqui do blog falando da minha "busca pela felicidade", ou melhor, construção da felicidade (nós criamos a nossa felicidade, não buscamos algo já pronto) - Coaching & Happier: a eterna busca pela felicidadeO #coaching acabou... mas as mudanças não! e Hora do ReComeço - e encontrei no meio da minha mesa bagunçada (tanto quanto meu coração e meus pensamentos) minha lista de sonhos, metas e atividades feita ano passado.

Feito isso, li e reli a lista. Tomei um café e voltei a encará-la. 

Li e reli alguns textos que eu tinha salvo durante a semana (todos sobre amor, felicidade, a vida e outros de pseudo-auto-ajuda).

Mais um café.

Tentei parar por aqui, então me deparei com essa imagem e a consegui a coragem que precisava pra abrir o coração.

A mágica acontece fora da zona de conforto


Olhando para lista nesse exato momento eu vejo alguns avanços, estou bem melhor que um ano atrás. Claro que algumas coisas que faziam sentido ano passado já não se aplicam no meu estado de vida atual, mas em resumo eu acredito que fui bem.

Então porque a angústia? O medo? O esquecimento? (inclusive escrevo o texto com essa música em replay)

E a felicidade que, no ano passado, eu achava que essa lista me traria?

Como nada acontece por acaso nessa vida, minha leitura atual é O Jeito Harvard de Ser Feliz, e com esse livro (e tudo que tenho lido sobre Psicologia Positiva - assunto de outro post) eu entendi onde está o erro - tudo comprovado cientificamente - mas não sei se é o suficiente.

O jeito Harvard de ser feliz
Resumindo a história, você não precisa ter sucesso pra ser feliz, mas precisa ser feliz pra ter sucesso...

Bem, parece que a fórmula que eu estava tentando usar estava equivocada. Aprendemos a nos empenhar, ter sucesso e então a sonhada felicidade virá, porém não importa o quanto o ciclo de se empenhar e ter sucesso se repita, parece que a felicidade está cada vez mais longe (já que sempre queremos mais). 

Porém, é comprovado que quando temos atitudes positivas e somos felizes, temos mais sucesso. Podemos mudar nosso cérebro para ser mais positivo, criativo e resiliente.

A felicidade deve ser o centro da vida, todo resto gira ao redor dela.

Parece controverso, mas ao mesmo tempo faz sentido. Ser feliz atrai coisas boas e o meu erro (o esquecimento da tal felicidade) prova que não importa a quantidade de realizações, não dá pra basear a felicidade em coisas e sucessos. Felicidade é sentimento, alegria, gratidão, serenidade, interesse, esperança, orgulho, divertimento, inspiração, maravilhamento e amor... (Barbara Fredrickson).

A vida é correria (pelo menos a minha). Não temos tempo pra pensar em coisas boas, dada a quantidade de desgraças que acontecem com a humanidade hoje em dia, o trânsito caótico, a quantidade de responsabilidades e emoções negativas que nos bombardeiam.

E o medo, claro. Medo do passado e do futuro que gera mais esquecimento, esquecimento do presente...

Esquecimento de viver....

Esquecimento da felicidade...

O que fazer? Sinceramente não sei... É tentativa e erro... Só não pode não fazer nada...

É pensar nas coisas boas, nas pessoas que você ama, no que te faz bem e seguir em frente vivendo o presente e planejando (modestamente) o futuro...

É não esquecendo de ser feliz antes e apesar de o que quer que você seja, queira e faça...



Não sei por que você 
Insiste em demorar 
Eu quero que você 
Diga já



Vale ler:

Experimento sobre suas características mais fortes - eu fiz o teste e minhas top 5 são: Justiça, Generosidade, Amor ao Aprendizado, Espiritualidade e Perdão

domingo, 15 de março de 2015

Lean In & o Mês da Mulher



O mês de março é considerado do "Mês das Mulheres", temos até um dia específico para comemorar (dia 8) e, especialmente, nesse março de 2015 vi uma série de publicações falando sobre a Mulher do mercado de trabalho, os preconceitos que ela ainda enfrenta e como precisamos de mais líderes do sexo feminino dirigindo nossas empresas.

No mercado de TI, do qual faço parte, isso fica extremamente nítido em dois pontos: temos menos mulheres que homens (isso é um fato), e por ter menos mulheres que homens, algumas pessoas justificam que é porque essas mesmas mulheres não são capazes (quem nunca ouviu isso?).

Encontrei algumas estatísticas de 2013 que tem alguns dados interessantes:
  • uma mulher que trabalha em computação/matemática ganha 84 cents para cada 1 dólar que um homem na mesma ocupação ganha;
  • a força de trabalho do Google é formada 30% por mulheres; no Facebook são 31%, no Yahoo 37% e no Linkedin 39%;
  • nas Startups do Vale do Silício, apenas 12% dos engenheiros são mulheres;
O post tem outras estatísticas, mas acredito que por essas 3 que eu citei já podemos ter noção do que estamos falando.

Dada toda essa movimentação em torno do assunto, li 2 livros que me me fizeram refletir sobre algumas coisas e vou compartilhar com vocês.

O primeiro livro foi o Lean In: Women, Work, and the Will to Lead da Sheryl Sandbarg, Chefe Operacional do Facebook desde 2008 e considerada a 10ª mulher mais poderosa do mundo pela Forbes.

Pra quem não leu o livro, segue um TED Talks dela de 2010: "Por que temos tão poucas líderes"


No livro, Sheryl fala de questões que ainda mantêm as mulheres "longe" dos cargos mais altos nas empresas e até mesmo de uma carreira profissional.

Apesar de termos alcançado direitos civis básicos (lembrando que ainda existem mulheres no mundo que não os tem), a tão aclamada igualdade ainda é um sonho. 

Segundo dados que ela mostra no livro, de 197 chefes de estado, apenas 22 são mulheres. Só 21 empresas entre as 500 com a maior receita, segundo a revista Fortune, são comandadas por mulheres. Nos Estados Unidos, apenas 18% dos congressistas são mulheres.

Alguns outros dados mostram que homens são promovidos pela sua capacidade, enquanto as mulheres devem provar primeiro, ou seja, mostrar resultados, para ser promovidas.

O livro causou um pouco de polêmica, como podemos ver nesse texto 10 frases polêmicas da chefe do Facebook, Sheryl Sandberg, mas o que mais me chamou atenção foram atitudes que eu (e muitas mulheres) tem e que muitas vezes refreiam nosso potencial.

Enfrentamos muitos percalços, mas existem ações nossas que podem ajudar a mudar isso. São posicionamentos e ações que aprendemos desde pequenas e que nos atrapalham no mercado de trabalho.

Nós, como mulheres, também precisamos mudar.

Lições aprendidas


Na palestra do TED (e no livro), ela fala de 3 lições que eu compartilho com vocês:

Sente-se a mesa:


As mulheres subestimam sua capacidade em algumas situações, eu vi um post no Facebook ontem que dizia que os homens se candidatam a uma vaga de emprego mesmo quando atendem a apenas 30% dos pré-requisitos, enquanto as mulheres ficam inseguras e não se candidatam nem quando são qualificadas, porque acham que não preenchem algum pré-requisito (eu já fiz isso inúmeras vezes). Mesmo quando o RH faz contato com essas mulheres, elas dizem que não são qualificadas o bastante.

A Sheryl conta uma história de uma prova da faculdade, onde ela e uma amiga estudaram muito e mesmo assim, ao sair da prova achavam que tinham ido mal. Enquanto o irmão dela, que não tinha ido as aulas e estudou muito pouco, saiu dizendo que tinha tirado a maior nota. No fim, os 3 tiraram a mesma nota.

Outra história que ela conta é de uma palestra que ela deu no Facebook. Depois dessa palestra, uma das mulheres que havia assistido disse que aprendeu uma coisa muito importante: manter a mão levantada. No final da palestra a Sheryl disse que ia responder mais 2 perguntas, depois disso, todas as mulheres abaixaram as mãos e os homens continuaram com as mãos levantadas e ela respondeu mais algumas perguntas.

No fim, as mulheres não se acham dignas de "se sentar a mesa" e acabam perdendo oportunidades por causa disso. Não devemos subestimar nossa capacidade. É o que eu sempre digo, não somos homens nem nunca seremos, mas somos tão intelectualmente capazes quanto qualquer um deles, e devemos ter essa posição.

Faça do seu companheiro um companheiro de verdade:


Esse tópico é para as mulheres que vivem com seu companheiro e tem filhos. Ainda vivemos numa sociedade que acha que as tarefas domésticas são responsabilidade da mulher (por isso as meninas ainda brincam exclusivamente com bonecas e casinhas). Eu sei que muita coisa já mudou, mas ainda existem pessoas com esse pensamento.

Se a mulher quer investir na sua carreira, ela e seu companheiro tem que aprender a dividir as tarefas. Senão só a mulher fica com uma jornada dupla e sobrecarregada.

Muitas mulheres desistem da carreira profissional por causa da criação dos filhos, mas esquecem que as crianças tem pai e mãe e ambos são responsáveis. Tudo é questão de parceria, se a mulher tem uma reunião até mais tarde, o homem pode muito bem se organizar para sair mais cedo e pegar as crianças. Eu não sou mãe, mas conheço muitas e sei que dói trabalhar o dia todo e deixar as crianças em casa, mas se você realmente gosta do que faz vai conseguir se organizar para ter as duas coisas.

Não temos que escolher entre família e carreira. Podemos ser o que quisermos.

"Na hora de se assentar, encontrem alguém que queira uma companheira igual. Alguém que pense que as mulheres devem ser inteligentes, ambiciosas, ter opiniões próprias. Alguém que dê valor à justiça e espere ou, ainda melhor, queria fazer sua parte no lar."

Não saia antes de sair:


Esse ponto está relacionado ao anterior. Algumas mulheres deixam de aproveitar oportunidades pensando no futuro da família. Quando começam a pensar em ter um filho, por exemplo, elas param de buscar novas oportunidades e até mesmo de aceitar promoções.

Uma coisa que ela fala e eu achei muito interessante, é que quando você tem um filho e precisa voltar para o trabalho, se esse trabalho não for extremamente estimulante, você não vai voltar.

Então deixe para pensar nessas coisas quando estiver na licença maternidade, mas não anos antes. Não pare seu crescimento profissional pensando que daqui a 5 anos quando você quiser ter um filho, não vai poder participar de uma reunião em outro país. 


Lendo esse livro, eu percebi várias ações do meu dia que me refreiam profissionalmente. 

Eu sei que enfrentamos muita desigualdade ainda e que precisamos lutar contra isso, mas também existem atitudes nossas que precisamos mudar.

Quantas vezes você já não deixou de tomar uma atitude com medo do que os outros iam pensar sobre você? Quando uma mulher é mais enérgica, sempre aparecem piadinhas do tipo "ela está de TPM", "está precisando de um namorado", e outras extremamente injustas e sexistas. E não são só os homens que fazem esse tipo de coisa, algumas mulheres também agem assim em detrimento de suas colegas de trabalho. 

Precisamos reeducar não só os homens, mas as próprias mulheres nesse sentido.

Cinderella Ate My Daughter


Acredito ser um tema extremamente complicado, e eu já parei pra pensar sobre isso várias vezes: como eu vou criar uma filha para que ela cresça e seja capaz de fazer o que quiser?

A autora Peggy Orenstein é jornalista e fala nesse livro sobre como nossa cultura do consumismo e das "princesas" tem influenciado as nossas meninas.

Nesse artigo de 2006 What’s Wrong With Cinderella?, ela conta como em todos os lugares que ia com a filha as pessoas a chamavam de "princesa" e davam coisas rosas, como balões por exemplo, ao invés de deixar a menina escolher. 

Como eu citei, é um tema bem complicado. Fomos criadas com essa imagem de que existe cor de menino e de menina (pra quem não sabe, tudo isso é jogada de marketing), brinquedos de menino e de menina, atividades e profissões de menino e menina entre outras coisas.

Lendo esse livro, eu tive alguns insights de coisas que não tinha percebido antes.

Por exemplo, eu assisti A Pequena Sereia quando era pequena mas nunca tinha parado pra pensar que ela trocou a sua voz (A SUA VOZ) para ficar com o Príncipe Eric. Você já pensou nisso? Será que muitas mulheres calam a sua voz hoje para que os homens possam ter a "palavra final" por causa da que viram na Pequena Sereia? (não estou afirmando isso, até porque não tem estudos que relacionem uma coisa a outra, é só uma reflexão).

Existem outros pontos que observamos nos Contos de Fadas que as meninas costumam ouvir quando pequenas: a posição passiva de esperar que um príncipe chegue, se apaixone por sua beleza (sempre é a beleza) e resolva todos os problemas; a necessidade de ter uma fada madrinha para ajudar já que as princesas não conseguem tomar determinada atitude sozinhas; o final feliz onde aquele príncipe que resolveu o problema vai cuidar da princesa pro resto da vida.

Outros pontos citados no livro se referem a como tratamos os meninos e as meninas, ao se referir a um menino se diz como ele é inteligente, quando é uma menina dizem o quanto ela é bonita; como os meninos pequenos são incentivados a explorar o mundo (querem ser bombeiros, super heróis e tigres) e as meninas a feminilidade (querem ser princesas, fadas, borboletas).

Uma parte que eu achei muito interessante foi sobre os Concursos de Beleza Infantis, onde as meninas se vestem como verdadeiras princesas para disputar um prêmio pela sua beleza, nada mais que isso, apenas a beleza. E a autora compara esses concursos as cortes da Europa de 1800 onde princesas pequenas eram arrumadas com as melhores roupas e maquiagem para atrair potenciais maridos (geralmente homens de meia idade) a fim de que seus pais conseguissem acordos políticos e financeiros. (a diferença é que não estamos mais em 1800 né galera?)

Enfim, eu gostei das reflexões do livro, mas o assunto é bem complexo, principalmente se pararmos para pensar como mães de menina (será que é saudável que minha filha assista Pequena Sereia ou isso não tem nada haver?). Mas é uma forma de pensarmos em maneiras melhores de criar nossas meninas para que elas cresçam e tenham uma ótima carreira.


Pra encerrar, um texto muito legal do BuzzFeed As indicadas ao Oscar deram respostas perfeitas para perguntas sexistas, onde atrizes talentosas respondem as perguntas extremamente idiotas que se referem apenas a sua beleza e não ao seu talento e potencial.

Para as meninas de TI, segue uma pesquisa sobre Sexismo na nossa área que a Fla Fortes (@FlaFortes) e a Jac Abreu (@JacAbreu) estão conduzindo.

Temos um longo caminho pela frente, mas são pequenas ações que vão nos levar a um novo patamar. Mude seus conceitos como mulher e não deixe que outras pessoas façam pouco caso de você e de suas realizações. 

Você pode ser o que quiser, mas não sem enfrentar obstáculos, então mantenha-se sentada a mesa.

Links Interessantes:






sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

Por que as mudanças duram tão pouco?

Seguindo com os posts de reflexões sobre o Ano Novo, hoje eu vou falar sobre as mudanças que almejamos e nem sempre conseguimos colocar em prática.

Acabei de ler "De Volta Ao Mosteiro - O Monge E O Executivo Falam De Liderança E Trabalho Em Equipe", é o segundo livro escrito pelo James C. Hunter, 17 anos depois de "O Monge e o Executivo" e suas lições sobre liderança.

Porém, meu objetivo hoje não é falar de liderança e sim de mudanças de vida de uma forma geral.

O que chamou atenção nesse livro e me inspirou a escrever é que, mesmo depois de todas as lições valiosas do primeiro livro, passaram-se 2 anos e o nosso protagonista John não teve mudanças efetivas na sua vida familiar e nem profissional. Mais incrível que isso, não só John, mas dos 6 participantes do primeiro retiro, apenas um conseguiu mudar efetivamente sua vida.

Me identifiquei bastante com isso. São tantos planos e promessas de mudança e no fim pouca, ou nenhuma, é realmente implementada e transformada em hábito. Note que não é apenas fazer uma vez, mas sim tornar aquilo parte da sua rotina (seja a dieta, fazer academia, ser mais produtivo no trabalho ou ter um relacionamento familiar melhor).


"O fracasso não é a queda, e sim a permanência no chão."
Mary Pickford

Não basta ler e assistir a seminários, o conhecimento tem que passar da cabeça para o coração e do coração para vida cotidiana, ou seja, se tornar um hábito.

E quando isso não acontece, o sentimento de fracasso assola seus dias e suas noites te lembrando do quanto você é incompetente. Só não devemos esquecer que as quedas fazem parte e é nossa escolha tentar novamente até acertar ou simplesmente aceitar a derrota (isso sim é fracasso).

Somos formados de hábitos. Se você tem o hábito de checar o seu facebook várias vezes por hora, e quer diminuir isso pois já está afetando sua produtividade, é difícil mudar. 

Aqui entra a diferença entre estar apenas envolvido na mudança ou ter o compromisso de mudar.

Quando você está realmente comprometido, faz todos os esforços possíveis e impossíveis para alcançar aquela meta. Se não, você acaba realizando uma ou duas atividades isoladas e desiste.

Para mudar, somos estimulados por prazer ou dor. Na maioria das mudanças vamos enfrentar alguma dor, mas é nossa escolha enfrentar a dor da disciplina ou do arrependimento.

Todas as pessoas passam por isso, eu mesma tenho uma lista de metas não cumpridas por única e exclusivamente minha culpa.

Mudar não é uma decisão e sim uma ação.




E aí, vamos pegar a próxima saída pra mudança?


quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

Dica de Leitura: Bórgia, o papa sinistro

Oi pessoal, o post de hoje é uma dica de leitura.

Estou terminando o livro Alexandre VI: Bórgia, o papa sinistro, no início eu não estava colocando muita fé, mas a leitura é muito interessante principalmente pra quem gosta de história.

O papa Alexandre VI, nascido Rodrigo Borja, foi papa da Igreja Católica de 1492 até 1503.

Segundo a história, seu papado foi comprado com muito ouro e terras, nada de eleição divina. Além disso durante os anos em que foi papa houveram envenenamentos, prostituição e nepotismo. 

Os próprios filhos do papa foram gerados por uma cortesã que foi sua amante por muito tempo. Depois se tornar papa ele arranjou outra amante, de berço mais nobre, e a mantinha no Vaticano.

Segue a descrição do seu papado segundo a Wikipédia:

"O papado de Alexandre VI começou tranquilo, mas não tardou para que se manifestasse sua ganância em sacrificar todos os interesses em favor da família. Nomeou Cardeais o seu filho de dezesseis anos, César Bórgia, os seus sobrinhos Francisco Borgia e Juan Lanzol de Bórgia de Romaní, o maior, um primo deste último Juan Castellar y de Borgia (it. Giovanni), os seus sobrinhos-neto Juan de Borja Llançol de Romaní, o menor, Pedro Luis de Borja Llançol de Romaní e Francisco Lloris y de Borja e o cunhado do seu filho César, Amanieu d'Albret. César seria posteriormente retratado por Maquiavel em sua obra O príncipe como o ideal do político e governante pragmático.
O cardeal Della Rovere o acusou de simonia, e trouxe o rei da França Carlos VIII para depô-lo, mas Bórgia fez um acordo, permitindo o trânsito dos exércitos franceses, e foi reconhecido como Papa pelo rei francês. Enquanto isto, ele negociou com o imperador alemão Maximiliano I e os governantes da Espanha e Veneza uma aliança, que derrotaram os franceses.
Um de seus acusadores era o frei dominicano Girolamo Savonarola, que havia conseguido reformar Florença através de muita coragem e uma brilhante oratória. Alexandre se conteve, diante dos ataques de Savonarola, até que, enfraquecido por ter repetidamente quebrado seu voto de obediência ao chefe da Igreja, Savonarola sofreu a sentença de excomunhão. Savonarola, porém, continuou seus ataques, e a ministrar a comunhão, e desafiou caminhar nas chamas para provar que ele tinha a palavra de Deus. Um outro frei dominicano se ofereceu para ir junto, porém quando o circo foi armado, e a multidão estava ansiosa para assistir ou um milagre ou uma tragédia, o frei se recusou a entrar nas chamas, e a influência de Savonarola diminuiu.
Um dos seus maiores desgostos foi quando seu filho, o Duque de Gandia, foi assassinato, com suspeitas recaindo sobre César Bórgia; quando seu corpo, mutilado, foi encontrado no Rio Tibre, o papa, entristecido, clamou que isto era uma punição por seus pecados. Após a morte do filho, Alexandre convocou os cardeais para reformar a Igreja e acabar com o nepotismo. Mas as reformas não foram adiante.
Seu pontificado é um paradigma de corrupção papal ocasionada pela invasão secular dentro da Igreja, mais tarde esse fato foi tido como desculpa para a separação dos protestantes. Alexandre VI protegeu as Ordens Religiosas, aprovando Congregações recém-fundadas e a evangelização do Novo Mundo e da Groelândia.
Durante seu pontificado, foram decretadas as Bulas Alexandrinas, tratados responsáveis pela divisão das possessões portuguesas e espanholas no mundo. Dentre elas são destaque as bulas Inter Coetera, Eximiae Devotionis e Dudum Siquidem. As negociações ibéricas levaram ao Tratado de Tordesilhas que confirmaria a divisão do mundo entre Portugal e Espanha, que foi contestado por outros monarcas, com destaque para Francisco I de Angoulême, rei da França. Tanto a França como a Inglaterra não reconheceram a decisão papal e estabeleceram colônias nas novas terras descobertas."



Além da leitura, indico assistir pelo menos a primeira temporada da série The Borgias (tem no NetFlix). Infelizmente ela foi cancelada na terceira temporada, mas vale a pena assistir antes de ler o livro, são muitos personagens e famílias e isso fica um pouco confuso ao ler.


Depois de assistir a dinâmica da série fica mais fácil terminar a leitura.


Até a próxima!

sábado, 14 de fevereiro de 2015

The Circle - Privacidade é roubo



Acabei de ler The Circle do Dave Eggers e apesar da leitura sem um pouco maçante em alguns pontos, com partes exageradamente descritivas, é uma leitura que recomendo a todos que vivem no mundo digital.

O Círculo é o que podemos chamar de próxima super empresa .com. Aquela que vai desbancar o Google e o Facebook e monopolizar toda a informação, a princípio visando o bem da humanidade mas no fim apenas por caprichos capitalistas.

A história é contada a partir da ótica de Mae Holland, que consegue um emprego no Círculo com a ajuda de sua amiga de faculdade Annie que é uma figura muito respeitada dentro da hierarquia da empresa.

No começo é tudo como um sonho, o campus do Círculo é o melhor retrato do que conhecemos hoje como Vale do Silício, centro de inovações e acima de tudo um lugar que se importa com seus funcionários, que valoriza o potencial humano, com academias, festas, creches, dormitórios e todo suporte para que seus funcionários não só trabalhem mas vivam a vida do campus.

O sucesso da empresa começa com o TruYou, uma plataforma que centraliza todas as informações das pessoas, seus documentos, suas informações bancárias e seu arquivos, todos na nuvem. Assim não existe mais a possibilidade do anonimato nas redes. Cada perfil virtual pertence a uma pessoa real com identificação única.

As ideias fomentadas no Círculo são boas, chips implantados em crianças que irão reduzir os sequestros, plataformas de vídeo que transmitirão ao vivo imagens em alta resolução de todos os lugares da terra e até serviços públicos sendo unificados por uma plataforma. Nada mais de sistemas precários do governo para habilitação, votação e impostos.

Tudo centralizado por uma empresa privada de alta tecnologia.

Porém trabalhar no Círculo não é o bastante, você tem que tornar a sua vida parte do Círculo. Seu trabalho depende não só de suas atividades dentro da empresa, mas do quanto você compartilha sua vida fora dela através das plataformas disponibilizadas pela empresa.

Em certo ponto do livro, Mae chega a ser chamada a atenção por não compartilhar e nem tirar fotos mostrando que tinha ido andar de caiaque. Segundo o ideal do Círculo, privacidade é roubo, quando você torna sua vida privada, está roubando das outras pessoas o acesso a informação.

Quem não deve não teme, e para o bem da humanidade, todos deveriam compartilhar tudo com os outros. 

Uma das inovações do Círculo é a chamada Transparência, onde as pessoas andam com câmeras no pescoço que transmitem 24 horas as imagens do seu dia. 

Alguns políticos aderem a essa ideia e para provar sua honestidade passam a adotar esse principio e transmitir todas as suas ações para o povo. (considerando o momento que vivemos no Brasil seria muito útil ter um Big Brother dos nossos políticos).

Mas pensando racionalmente, ter sua vida online 24 horas não é lá uma coisa muito boa. E o mais incrível é que as pessoas fazem isso por que querem, assim como usamos as redes sociais e compartilhamos alguns aspectos da nossa vida porque queremos e não porque somos obrigados.

Se eu contar mais do que isso vai ser spoiller, mas eu recomendo a leitura porque as consequências de tudo isso são bem inesperadas.

Fica a reflexão de algo que pode ser o nosso futuro bem próximo, sabemos que nossas informações estão armazenadas por aí (e porque nós fornecemos de bom grado). Mas qual é o limite dessa posse de informações e também do consumo.

No Círculo os funcionários trabalham com 6 telas (isso mesmo 6 TELAS) para estarem atentos a todos os acontecimentos, mas esse bombardeio de informações não é nada saudável, além do fato de que os funcionários são avaliados não só pelo desempenho das suas atividades mas também pela sua participação nas redes sociais, presença nos eventos e compartilhamento da sua vida.

Imagem o que acontece quando uma empresa privada detêm o controle de todas as informações do mundo, o que no livro um dos próprios fundadores do Círculo chama de monopólio tirânico.


Termino o texto com essas 3 frases do Círculo: "segredos são mentiras", "compartilhar é cuidar", "privacidade é roubo" e continuo refletindo sobre a vida online e offline e o que o futuro nos reserva quando a privacidade e a neutralidade da rede.


terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

Otimizando seu tempo - Dicas da Samy

Oi pessoal, hoje vou contar pra vocês como tenho otimizado meu tempo com algumas decisões bem simples. =)

No meu primeiro post do ano - A Lei de Pareto & o Ano Novo - eu contei como fiz uma avaliação de vários aspectos da minha vida a fim de tomar decisões melhores, principalmente sobre meu tempo e como eu o gasto.

Depois disso mudei alguns hábitos e tenho tido bons resultados, é isso que compartilho hoje e espero que inspire vocês a fazer o mesmo!

Contextualizando um pouco minha rotina: eu acordo entre 5-6 horas e gasto cerca de 2 horas pra chegar ao trabalho; minha jornada de trabalho é de 8 horas diárias (+1 do almoço) e depois disso mais 2 horas para voltar pra casa. Tem dias que são exceção, por exemplo as quartas e quintas eu tenho MBA das 19 as 22, e chego em casa pouco antes da meia noite (pra acordar entre 5-6 horas de novo no outro dia). Alguns dias por mês eu faço home office, ou seja, cumpro minhas 8 horas de trabalho em casa e economizo as 4 horas de trânsito. Em outros dias dou aula ou no sábado de 9-18, ou duas vezes por semana de 18-20. Nos fins de semana eu geralmente estou fazendo um curso online ou estudando alguma coisa.

Ou seja, já começo a semana com a agenda bem lotada! E sei que muita gente passa pelo mesmo.


Agora que você conhece minha "história de vida", vamos as dicas que tem me ajudado bastante:

Aproveitando melhor a leitura: Post-its e Posts



Eu amo ler! (já falei isso em vários outros posts como nesse: A Becky Bloom que existe em mim) mas não sobra muito tempo pra sentar e ler em casa. Então eu tento aproveitar algumas horas no ônibus ou antes das aulas para ler alguma coisa, seja ficção ou livros técnicos.

Quanto a ficção é bem tranquilo, já que você lê as histórias e fim.

Agora, ler no ônibus me acarreta um problema quando o assunto são livros técnicos (ou seja, relacionados a minha profissão). Geralmente você precisa ler com bastante atenção, e como é muito conteúdo, apenas ler acaba sendo desperdício de tempo, já que depois de una meses você vai acabar esquecendo o que leu. Alguns desses livros precisam até mesmo de prática para que o conteúdo seja melhor fixado.

Um hábito que tem me ajudado muito nisso é, no caso de eBooks, fazer anotações no próprio aplicativo (no meu caso, o Kindle) e no caso dos livros físicos, usar Post-its com as anotações (tenho muita pena de escrever nos livros). Os post-its ajudam também a focar nas partes mais importantes, já que o espaço para as anotações é limitado.

Além disso, depois de terminada a leitura, escrever posts sobre as partes mais interessantes do assunto me ajuda a fixar mais o conteúdo, e serve para posterior consulta.

Começando o dia bem:



Pra começar bem a minha jornada diária eu leio alguns versículos da Bíblia usando o aplicativo Holy Bible, nele eu monto alguns planos de leitura para todos os dias e é a primeira coisa que faço quando estou no ônibus. É minha forma de começar o dia em paz.


Me mantendo informada:


A internet nos oferece um monte de sites de notícias e um monte de conteúdo e muitas das vezes acabamos deixando de ler sobre assuntos que nos interessam simplesmente porque somos bombardeados por uma enxurrada de informações.

Eu tenho usado o Flipboard, nele eu cadastro todos os sites que me interessam e de manhã recebo a "Edição do Dia" com o resumo das principais notícias. Faço isso no ônibus de manhã também.

Um bom café...

A primeira coisa que faço ao chegar no trabalho é tomar um bom café da manhã (não dá tempo de tomar em casa né), que além de repor as energias também me ajuda a esquecer um pouco o stress que é enfrentar o trânsito do Rio de Janeiro.

... e depois concluir uma atividade

Assim que termino o café, pego logo a primeira tarefa do dia pra fazer (e concluir), isso me ajuda a pegar o ritmo do dia de trabalho.

Ter uma lista de atividades:




Não precisa planejar seu próximo um mês de vida, mas vale ter pelo menos 2 dias planejados com antecedência. Assim, de manhã você já sabe exatamente o que deve fazer.

As atividades profissionais acabam sendo mapeadas no trabalho mesmo, para as atividades pessoais eu uso o Trello, mas não abro mão de uma agenda física para as coisas principais daquele dia.


Menos e-mail == Mais vida:

Quanto menos você ler seus e-mails, mais feliz você será. =)
Checá-los de duas a três vezes por dia é mais que suficiente. Se alguma coisa for urgente, as pessoas vão te procurar e falar pessoalmente.

Menos Facebook... bem menos...

O ser humano é procrastinador por natureza, o Facebook só potencializou isso.

Está entediado com a sua atividade atual? Acesse o Facebook pra relaxar...

O problema é quando esse relaxar significa meia hora, mais de 10 vezes por dia. Você acaba perdendo 5 horas em um dia. (tem um aplicativo que informa quanto tempo você gasta na rede)

Eu fiquei quase 1 ano com o Facebook desativado e depois voltei, já que a maioria das pessoas que eu conheço está lá e ele facilita bem o contato.

Agora tenho acessado (ou pelo menos tentado) o Facebook apenas uma vez na hora de ir pra casa depois do trabalho. Além disso a Internet fica desabilitada no meu smartphone durante o dia.

TV & Netflix:


Quem nunca passou horas assistindo maratonas de séries que atire a primeira pedra. (inclusive saiu um artigo esses dias falando que as maratonas podem esconder sentimentos de solidão e depressão)

Eu mesma sou louca por desenhos, os queridinhos da vez são SpongeBob SquarePants e The Penguins of Madagascar. Mas tenho tentado diminuir o tempo que gasto com isso.

Aproveito a hora das refeições em casa ou algumas horinhas no sábado pra me entreter com isso e distrair um pouco da rotina. Com o cuidado para não acabar passando o dia todo na frente da TV.

Maratonas de série? Nem pensar!

Um sono melhor:

Muita gente reclama que não consegue dormir cedo mesmo quando tem que acordar cedo no dia seguinte.

Eu já postei aqui no Blog algumas dicas de Como dormir igual a um bebê e Como relaxar.

Uma coisa que tem me ajudado bastante é não utilizar o smartphone antes de dormir, pelo menos uns 20 minutos antes de deitar eu me desconecto e relaxo para descansar antes de encarar o próximo dia.

Bônus- Atividade Física:

Eu sou bem sedentária mas resolvi ceder um pouco para ter uma vida melhor.
Começarei a fazer Pilates em breve e espero me sentir mais disposta ainda!
(conto as novidades depois)


Espero que essas dicas ajudem vocês assim como tem me ajudo e pretendo compartilhar aqui minhas outras aventuras nessa busca por uma vida melhor e mais produtiva. =)

domingo, 11 de janeiro de 2015

A Becky Bloom que existe em mim

Uma das minhas coleções favoritas é, sem dúvidas, a da Becky Bloom. São 6 livros:
  1. Os Delírios de Consumo de Becky Bloom (The Secret Dreamworld of a Shopaholic ou Confessions of a Shopaholic) (2000)
  2. Becky Bloom - Delírios de Consumo na 5ª Avenida (Shopaholic Abroad ou Shopaholic Takes Manhattan) (2001)
  3. As Listas de Casamento de Becky Bloom (Shopaholic Ties The Knot) (2001)
  4. A Irmã de Becky Bloom (Shopaholic & Sister) (2004)
  5. O Chá-de-Bebê de Becky Bloom (Shopaholic & Baby) (2007)
  6. Mini Becky Bloom: Tal Mãe, Tal Filha (Mini Shopaholic) (2011) 



Nesse fim de semana parei pra pensar em quanto em me identifico com a Becky (em alguns pontos) e as mudanças que tem sido implementadas na minha vida para mudar um pouco isso. E assim, surgiu a inspiração para esse texto.

Vamos lá! =)

Resumindo um pouco a história...

Para quem nunca leu os livros nem viu o filme, segue um resumo da história:

Rebecca Bloomwood (conhecida pelos amigos como Becky Bloom) é uma garota formada em jornalismo com uma compulsão por compras. Considerando que ela não ganha lá essas coisas e é apaixonada por estilistas famosos pode-se imaginar a quantidade de confusões que ela se mete para satisfazer essa compulsão. Além disso a  Becky chega a ser ingênua, já que ela imagina que se apenas esquecer que as contas de cartão de crédito existem, elas vão se pagar sozinhas.  Os livros abordam várias etapas da sua vida, o casamento, a primeira filha mas em todos eles o ponto central são realmente as confusões por causa desse "probleminha" que ela tem de não saber quando parar com as compras. Além disso ela também é procrastinadora, por exemplo quando tem que escrever um livro sobre finanças e começa a se sentir incomodada com a cadeira do seu escritório, ela resolve procurar na internet uma cadeira ergonômica e acaba comprando a cadeira, um Dictaphone, uma garra de aço para prender anotações, um jogo de pastas laminadas e um minipicotador de papel. Isso tudo porque ela não podia gastar! Depois de escrever menos de uma linha para seu livro e de todas essas compras ela simplesmente resolve que é hora de descansar e assistir EastEnders. Outra característica dela é ficar fantasiando situações completamente absurdas, como por exemplo que ela vai ganhar o próprio programa, morar em Beverly Hills e ir em festas com astros de cinema, e quando for bem rica vai poder pagar todas as dívidas. Essa é a Becky Bloom.


A Becky que existe em mim...

Como falei no início, separei algumas características da Becky que vejo em mim, são elas:

Imaginação/Fantasia de situações ridículas...


Primeiro preciso confessar 3 amores platônicos para que vocês entendam a situação:


Keegan Allen e seus lindos olhos azuis (Toby Cavanaugh de Pretty Little Liers)


Kit Harington (o Jon Snow de Game of Thrones) <3

Jonny Lee Miller (o Sherlock de Elemtary)

Os 3 são atores de séries que eu amo de paixão e são lindos lindos, então não preciso ficar justificando a paixão platoniana

O que isso tem com a Becky?????

Como eu disse no resumo, ela tem mania de ficar pensando em situações bem surreais... e eu também. (as outras pessoas fazem isso também né? não? não me importo ser maluca então).

A questão é que eu já pensei/escrevi diversos episódios de séries contendo esses 3 carinhas. Não sou maluca o suficiente pra me incluir neles, mas eu gosto de ficar pensando em roteiros e cenas e nas histórias de amor deles. É quase um hobby e me ajuda a aliviar o stress.

Apesar dessa mania, eu não uso minha imaginação para fugir dos problemas reais como ela.


Procrastinação...

Faço o mesmo que a Becky quando tenho que escrever: algumas palavras e já é hora de descansar e ver alguma coisa pra relaxar.

Meu caso é pior por causa de um cara chamado NETFLIX (ao mesmo tempo minha bênção e minha maldição).

"É só mais um episódio..." 
"Nossa, já se passaram 8 horas???""



Para resolver isso, todo início de semana faço um lista dos textos que preciso escrever naquela semana e só posso assistir qualquer coisas depois de ter acabado com pelo menos metade.

Até agora tem funcionado (vide esse texto que você está lendo)

Consumismo...


Nessa aqui, somos IDÊNTICAS (ou quase).




Quem nunca abriu o guarda-roupa e se espantou com a quantidade de entulhos que tinha lá que atire a primeira pedra.

Assim como a Becky e grande de parte de vocês (não precisa fingir gente), eu amo comprar!

Roupas, sapatos, bolsas, livros, agendas, canetas, maquiagem, miniaturas, não importa. O ato de adquirir bens materiais traz uma sensação muito boa...

... até que você faz o Imposto de Renda, vê o quanto ganhou num ano e não consegue lembrar pra onde foi todo dinheiro.... =(

Com a Becky ainda é um pouco pior, já que ela estoura os limites de todos os cartões, usa o cheque especial até não poder mais e fica sonhando que tudo vai ser pago num passe de mágica, fato que a impulsiona a gastar cada vez mais.

Vocês deviam vê-la na 5th Avenue, foi uma overdose de compras! 

Mas não são só flores, todo esse gasto traz muitos problemas pra ela, até porque a Becky é uma especialista em finanças e ajuda as pessoas a controlarem seu dinheiro, enquanto ela mesma está abaixo da linha do vermelho de crédito. Isso acaba afetando até mesmo os negócios do seu namorado, o Luke Brandon que tem uma empresa de RP e clientes como o Bank of London. 

Voltando a Samy Bloom...

Se a Becky fica no vermelho, eu pelo menos consigo me manter no positivo, mas confesso que podia economizar bem mais...

Eu amo roupas e sapatos, mas essa não é minha maior fonte de gastos...

SÃO OS LIVROS!

Samanta sobre livros novos.

Eu amo ler <3

E também amo comprar livros novos, com isso (infelizmente) o amor por livros potencializa meu espírito consumista e eu acabo caindo na cilada de comprar mais livros que a minha capacidade de lê-los.

E tem a Amazon e aquele negócio de "Compre agora com 1-click". Quando você percebe que comprou a entrega já está batendo na sua porta.

Ler é ótimo, faz um bem danado, mas comprar livros compulsivamente faz mal.

Sapatos também já que só temos 2 pés...

E usamos 1 par de roupas de cada vez, 7 pares por semana, e ainda dá pra lavar né...

E equipamentos eletrônicos demais... (por que eu ainda tenho um iPod em plena era do Streaming???)

Na maior parte das vezes, só pelo prazer de consumir... Sem necessariamente precisar daquilo...

E assim ficamos presos num loop de trabalhar - receber - comprar - trabalhar - receber - comprar infinito.

E quando chega no Imposto de Renda, cai na real de que desperdiçou muito dinheiro!


=(

Uma luz no fim do túnel:


Pra quem quiser saber o fim da Becky, recomendo ler os livros. Mas já aviso que é ficção né, então tudo sempre fica bem... Na vida real é um bocado diferente e pra tudo ficar bem, nós devemos mudar de atitude...

Recentemente li um texto que me deu um choque de realidade e me fez mudar de postura: 5 algemas mentais que aprisionam você à classe média.

"Será que ela está realizando seus sonhos ou apenas satisfazendo alguns desejos pontuais de consumo?"

Essa frase "abriu meus olhos" e ficou martelando na minha cabeça: meus sonhos nada tem em relação a consumir. Vão muito além disso e o que estou fazendo para conquistá-los???

Mas ler textos bonitos apenas não resolvem a situação, nós precisamos agir!

Dias depois, passei por uma situação que foi o meu basta para tudo isso: descobri que a série de TV PLL (é uma mistura de Gossip Girl com Eu sei o que vocês fizeram no verão passado) era inspirada numa série de 12 livros da Sara Shepard e fiquei L O U C A!

Fui na Amazon, olhei os livros e (quase sem querer) comprei. 12 livros de UMA ÚNICA VEZ! Sendo que tenho dezenas de outros livros pra ler. E cá estão mais livros não lidos na minha estante e menos dinheiro na minha conta.




Depois dessa ocasião, tomei jeito e fiz o que devia ser feito: 

  • tirei meu cartão de crédito de todas as lojas online, se eu pensar na remota possibilidade de comprar alguma coisa pela internet, eu vou ter que levantar, pegar o cartão e colocar as informações (isso me dá tempo para pensar se é realmente necessário);
  • toda vez que tenho vontade de comprar alguma coisa me faço a seguinte pergunta: Eu REALMENTE preciso disso ou é só uma desculpa para consumir?
Pela internet acho que não corro mais riscos. Fiquei preocupada com as lojas físicas, mas ontem passei no teste e vi que posso chegar onde quiser:


É libertador saber que posso sim controlar todo esse consumismo aclamado pela sociedade, ter uma vida mais minimalista, feliz e ainda sobra dinheiro pra ter experiências que realmente valem a pena (como viajar! \o/)



Próximos passos:


Eu ainda tenho muita tralha (por exemplo um gravador de DVD externo que nunca foi usado) e sou bem apegada a isso.

Assim como minha coleção de livros:


Dado que eu já os li, podia vender ou trocar. Mas só de pensar nisso sinto uma pontada no coração.

Então meu próximo passo é desapegar dos bens materiais que já me serviram mas hoje estão sem utilização. 

Um passo de cada vez e um dia chego lá! =)


Bônus: o Luke Brandon que existe em mim


Também me identifiquei com uma característica do Luke (namorado da Becky lembra?): a FALTA DE TEMPO!

Ou melhor, alocar mais atividades do que eu sou capaz de realizar dentro das minhas horas disponíveis.

O Luke trabalha demais, sempre em busca de um novo contrato, uma nova parceria e quase não tem tempo para as coisas realmente importantes da vida.

Eu sou um pouco assim, e isso se releva na minha péssima mania de olhar pro relógio a cada 5 minutos quando estou conversando com alguém.

Também refleti sobre isso e estou me esforçando para mudar.

Meus amigos agradecem! =)