quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Lembranças...

Tem dias que aparece uma tristeza do nada, uma coisa horrível que você não consegue controlar...
Geralmente essa tristeza vem acompanhada de lembranças, na maior parte ruins... mas tive uma experiência diferente ontem...

A tristeza veio, sem pedir permissão e se alojou... como numa sucessão de cenas de um filme, logo algumas lembranças estavam aflorando na minha mente...

Eu estava sentada em um balanço numa pracinha em frente a Praia Vermelha, sentindo a brisa do mar, cheirinho de água salgada... paz...

Pude lembrar-me dos meus pensamentos, tantas dúvidas, expectativas, cobranças... eu era só uma garotinha, mas tinha algumas preocupações... medo de decepcionar...

Futuro, carreira, família, lembro-me da minha cabeça naquela época e acho engraçado: homens são idiotas, não preciso deles, serei bem sucedida, feliz e dona do meu nariz sem a intromissão de terceiros...

O tempo passou... Fui infiel à meus pensamentos, me apaixonei diversas vezes, errei, fiz coisas que nunca tinham passado pela minha mente, confiei demais em alguns, aborreci outros que só queriam o meu bem...

Ao fechar os olhos novamente, reparei mais uma vez na garotinha do balanço e tive orgulho do que ela se tornou... dos erros que cometeu, das vezes que se arrependeu, de quando pensou jogar tudo pro alto mas não o fez, assim como quando apostou as fichas mas não aguentou a pressão...

Das pessoas que ficaram pelo caminho, das outros que se mostraram confiáveis além do esperado... Aquelas que de vez em quando aparecem na sua vida pra perturbar, ou outras que somem, mas que você sabe que voltaram com um sorriso quando for a hora...

Acho que eu vivi, como deveria viver, pois cada um tem sua forma de ver isso e seus próprios desafios pra superar...

E acredito que tudo isso em busca de ser feliz...

Algumas coisas mudam, outras estacionam no tempo, mas a tristeza é algo tão presente em vários momentos e as lembranças são pedacinhos da sua vida que foram importantes, que fizeram a diferença...

sábado, 19 de novembro de 2011

Descobrir-se...

Voltei!!!!!!!!!
Depois de muitos meses com uma rotina chata e cansativa, tive minha inspiração de volta...

Pelo título pode até parecer mais uma daquelas crises de consciência, banhadas a medo e dúvidas mas não é...
Os últimos acontecimentos de minha vida foram de extrema importância para que eu pudesse me descobrir...

Na verdade é um pouco clichê essa história de encontrar seu verdadeiro eu, se descobrir, achar as respostas, mas minha intensão não é mergulhar em clichês, mas contar como é se descobrir de uma maneira viva, real, humana...

É muito difícil conseguir ser quem você gostaria de ser, e simples se tornar uma pessoa totalmente o oposto disso. Fazer o quê né? Faz parte das inconstâncias humanas pender para o lado mais fácil que geralmente não é o melhor, mais palpável...

Em todas as áreas da nossa vida, descobrir-se está como uma linda flor presa a uma pedra na beira de um imenso abismo, ou seja, precisa-se correr riscos para alcançá-la... E riscos não parecem ser muito legais a essa altura do campeonato...

O esteriótipo perfeito moldado para nossa geração parece simples: Seguir uma carreira que proporcione estabilidade, formar uma família, acumular bens, fazer um chamado "pé de meia" caso tempos difíceis apareçam, divertir-se, enfim, realizar seus sonhos e alcançar seus anseios e terminar a vida se regozijando do passado...

Belo padrão, mas e daí? Só de conhecê-lo já é garantido que vai dar tudo certo? É apenas encontrar uma varinha mágica, citar uns dizeres e RA, sua vida perfeita está ao seu alcance... Quem me dera... Ou talvez não...

Descobrir-se começa exatamente tirando essas conclusões... Não que seja ruim sonhar, buscar, querer, jamais diria isso, sou uma grande sonhadora também... Se trata de saber separar a realidade plausível do conto de fadas absurdo... É muito melhor viver assim...

Quantos textos eu já escrevi de uma profunda angústia na alma por ter sido decepcionada por quem eu amava... Por ter sido traída por amigos... Por ter tido um sonho esfacelado por alguém... Humor tão alternável que dava até raiva de poder prever os acontecimentos...

Continuo tendo lindos dias ensolarados onde passarinhos me trazem uma coroa de flores e me ajudam a voar o mais alto possível, intercalado com dias sombrios onde a vontade que dá é adentrar numa Floresta Negra e sumir pra nunca mais voltar; mas acabei aprendendo que é exatamente nesse meio termo, na hora da transição das fases, que eu vejo quem eu sou... Que eu posso ter orgulho de não mais sofrer crises de identidade, rs.

Algumas coisas mudam, e sempre mudarão... Responsabilidades, propostas, erros...

Mas, essa semana, ao reler "Querido John" percebi, mais uma vez, que eu sempre seria uma menininha quando quiser... Que romances bobos e fictícios ainda me encantam... Que mesmo em meio o "tornar-se adulto" existe uma brecha pra continuar sonhando como uma criança...

Muitos dias eu acordo querendo encontrar o telefone do Peter Pan e ir pra Ilha do Nunca... Sabe, aquele cansaço de acordar muito cedo todos os dias, trabalhar, estudar, mal conseguir dormir... Vontade de mergulhar nos livros que eu lia e viajava, vibrava, sonhava... Mas ao mesmo tempo, satisfeita por ter me tornado quem eu sou, e mais importante que isso, TER CERTEZA DE QUEM EU SOU...

Sempre que escrevo tenho certeza que os leitores se identificaram com meus questionamentos...
Somos irmãos né, humanos, teimosos, iguais mesmo parecendo muito diferentes...

Enfim, como sempre acontece, eu explodi aqui, rs, jogando minhas palavras, mas não em forma de desabafo... e sim como forma de aceite e felicidade

:)

Pra quem estava com saudade, cá estou eu ;)