sábado, 19 de maio de 2012

Amar é... moderno


Hoje eu fiquei um pouco encucada ao ver essa imagem. Lembro de quando eu era menor e comprava cadernos, adesivos dessa "série" de frases sobre o que é amar.

Coisas do tipo "Amar é ver seu futuro nas estrelas", "Amar é pensar nele o tempo todo", "Amar é escutar sempre o que ela tem a dizer" entre outras coisas fofas que parecem um manual para um relacionamento perfeito, mas enfim...

Percebi que meus pequenos amigos de infância chegaram ao mundo virtual pra falar sobre amor... Pera aí, "Amar é esperar ansiosamente ele falar com você no msn", "Amar é receber um e-mail", "Amar é ter uma foto 'curtida' por quem você gosta"?!?!?!

Antes que os revolucionários me condenem a forca, não estou criticando nada disso, é apenas um ponto de vista...

Eu parei pra pensar, mais da metade da minha vida acontece em frente um computador: trabalho com isso, estudo isso, resolvo minha vida nisso...

Até pra fazer compras, ultimamente, tenho recorrido a rapidez do Comércio Eletrônico...

Não só eu, muita gente trabalha com tecnologia, se promove na tecnologia, vive a tecnologia...

Mas então, o que isso tem haver com "Amar é... moderno"?

Tem haver quando a gente esquece o que realmente é importante. As definições de amor desses dois aí de cima são fofas demais, só que levam as pessoas a buscarem exatamente isso, como por exemplo buscar um cara que sempre escute o que você disser... Isso não vai acontecer, sério... Mas não é por causa disso que seu relacionamento é ruim...

Mulheres sofrem de TPM e eu admito, é irritante e cruel para um homem aturar um ser que parece "multipolar" nessas épocas, mas isso não significa que ele é obrigado a escutar seus choros e reclamações, talvez ele te dê uma tigela de chocolate pra você calar a boca e vá assistir futebol, isso também não significa que ele não gosta de você, apenas que não quer discutir e entende o que você está passando...

Também não quer dizer que as pessoas que preferem mandar e-mails do que ligar não amam... Cada um ama da sua forma e esse é o ponto principal: não existe príncipe encantado "a lá" clássicos da Disney e sim pessoas normais, que precisam entender e ser entendidas... e que precisam de presença e não simbolismo...

Simbolismo pra si mesmo e pro mundo... Quanta gente adora atualizar status de relacionamento pra mostrar aos outros como sua vida sentimental anda badalada... Esse é o amor moderno? Não quero, obrigada...

Na verdade, eu mudaria a frase dos meus amiguinhos para "Amar NÃO é criar esteriótipos de amor."...

:)


terça-feira, 15 de maio de 2012

o pintor de emoções - Raimon Samsó

Faz muito tempo que não resenho um livro, talvez por preguiça ou por não encontrar um livro que me prendesse ao ponto de me inspirar uma resenha.


Mas encontrei... O Pintor de Emoções, romance finalista do 1º prêmio New-Age da Espanha... Encantador, misterioso e o melhor, inesperado...






"Após sofrer grande desilusão com a morte repentina da esposa Clara, o renomado pintor espanhol Victor Bruguera se vê diante de um vazio que quase o leva à loucura. Na tentativa de ajudá-lo, seu amigo de profissão, Javier, o surpreende com uma inesperada proposta: passar um período sabático em seu estúdio de Los Angeles para se afastar das lembranças de Clara e recomeçar a vida. Assim, Victor parte para os Estados Unidos, onde vai conhecer pessoas admiráveis,especialmente Jodie, que o faz encarar a vida sob uma perspectiva que jamais havia imaginado. Seria ela sua alma gêmea? Obstinado, saberá Victor dizer se, quando as almas gêmeas se encontram, permanecem juntas para sempre?"


O livro levanta muitos questionamentos... Sabe aquela história de alma gêmea, de sermos apenas um ponto no cosmos... Que devemos, em primeiro lugar, pensar em nós mesmos e não ficar se importando com o que os outros pensam sobre nós...


Victor se tranca dentro de si após a morte da esposa, lamentando a vida e sua arte... Até que seu amigo Javier lhe faz uma proposta de ir pra Los Angeles pra esquecer um pouco dos problemas e se concentrar na solução...


Mas soluções não nascem em árvores, então Victor se depara com diversas situações que o farão descobrir o verdadeiro sentido de estar vivo...


Tem romance, drama e muita poesia... Super recomendo...


E o melhor, me fez pensar muito sobre a vida... Acredito que nada acontece por acaso mesmo, a vida é uma mistura de passado, presente e futuro, onde nada é extremamente linear, mas intenso e expansível ou reduzível, depende de você...


Alguns trechos:



"Um casal pode manter seu corpo unido, mas se o espírito estiver distanciado é o mesmo que um compromisso sem promessas, e não aquele em que se faz um pacto antes de nascer."


"O amor é um conceito muito amplo, além da distância e do tempo. Formamos uma grande família cósmica, cujo único laço de parentesco é o amor."


"No plano material, cada encontro é precedido por um acordo no plano espiritual. Algumas vezes esses encontros são breves, outras, por toda a vida. Mas isso não importa, porque as relações são eternas."


"Mesmo que o tempo ou a distância possam parecer eternos, um dia você compreenderá que ele não é nada para uma relação predestinada. Vamos nos ver novamente, Victor. Em outro lugar, em outro momento. Amo você infinitamente."





O trecho que eu mais gostei:


"O maior sucesso consiste em se tornar a pessoa que você deseja ser..."

Termino por aqui e espero que minha "força criativa" elabore mais resenhas daqui pra frente.

Kisses :*











quarta-feira, 9 de maio de 2012

Namore uma garota que lê...

De volta, inspirada como sempre, mas não com textos meus, e sim com 2 textos que eu AMEI de paixão...
Descreve perfeitamente o que eu acho e aumenta a auto-estima de uma nerdizinha que vive no Fantástico Mundo de Bob, onde livros valem muito mais que ouro...


Estou repaginando o Blog e enquanto nãos saem textos novos, vou deixá-los com esse gostinho do porquê de namorar um (a) garoto (a) que lê...


:)




"Namore uma garota que gasta seu dinheiro em livros, em vez de roupas. Ela também tem problemas com o espaço do armário, mas é só porque tem livros demais. Namore uma garota que tem uma lista de livros que quer ler e que possui seu cartão de biblioteca desde os doze anos.


Encontre uma garota que lê. Você sabe que ela lê porque ela sempre vai ter um livro não lido na bolsa. Ela é aquela que olha amorosamente para as prateleiras da livraria, a única que surta (ainda que em silêncio) quando encontra o livro que quer. Você está vendo uma garota estranha cheirar as páginas de um livro antigo em um sebo? Essa é a leitora. Nunca resiste a cheirar as páginas, especialmente quando ficaram amarelas.
Ela é a garota que lê enquanto espera em um Café na rua. Se você espiar sua xícara, verá que a espuma do leite ainda flutua por sobre a bebida, porque ela está absorta. Perdida em um mundo criador pelo autor. Sente-se. Se quiser ela pode vê-lo de relance, porque a maior parte das garotas que leem não gostam de ser interrompidas. Pergunte se ela está gostando do livro.
Compre para ela outra xícara de café.
Diga o que realmente pensa sobre o Murakami. Descubra se ela foi além do primeiro capítulo da Irmandade. Entenda que, se ela diz que compreendeu o Ulisses de James Joyce, é só para parecer inteligente. Pergunte se ela gosta ou gostaria de ser a Alice.


É fácil namorar uma garota que lê. Ofereça livros no aniversário dela, no Natal e em comemorações de namoro. Ofereça o dom das palavras na poesia, na música. Ofereça Neruda, Sexton Pound, cummings. Deixe que ela saiba que você entende que as palavras são amor. Entenda que ela sabe a diferença entre os livros e a realidade mas, juro por Deus, ela vai tentar fazer com que a vida se pareça um pouco como seu livro favorito. E se ela conseguir não será por sua causa.
É que ela tem que arriscar, de alguma forma.
Minta. Se ela compreender sintaxe, vai perceber a sua necessidade de mentir. Por trás das palavras existem outras coisas: motivação, valor, nuance, diálogo. E isto nunca será o fim do mundo.
Trate de desiludi-la. Porque uma garota que lê sabe que o fracasso leva sempre ao clímax. Essas  garotas sabem que todas as coisas chegam ao fim.  E que sempre se pode escrever uma continuação. E que você pode começar outra vez e de novo, e continuar a ser o herói. E que na vida é preciso haver um vilão ou dois.
Por que ter medo de tudo o que você não é? As garotas que leem sabem que as pessoas, tal como as personagens, evoluem. Exceto as da série Crepúsculo.
Se você encontrar uma garota que leia, é melhor mantê-la por perto. Quando encontrá-la acordada às duas da manhã, chorando e apertando um livro contra o peito, prepare uma xícara de chá e abrace-a. Você pode perdê-la por um par de horas, mas ela sempre vai voltar para você. E falará como se as personagens do livro fossem reais – até  porque, durante algum tempo, são mesmo.

Você tem de se declarar a ela em um balão de ar quente. Ou durante um show de rock. Ou, casualmente, na próxima vez que ela estiver doente. Ou pelo Skype.


Você vai sorrir tanto que acabará por se perguntar por que é que o seu coração ainda não explodiu e espalhou sangue por todo o peito. Vocês escreverão a história das suas vidas, terão crianças com nomes estranhos e gostos mais estranhos ainda. Ela vai apresentar os seus filhos ao Gato do Chapéu [Cat in the Hat] e a Aslam, talvez no mesmo dia. Vão atravessar juntos os invernos de suas velhices, e ela recitará Keats, num sussurro, enquanto você sacode a neve das botas.
Namore uma garota que lê porque você merece. Merece uma garota que  pode te dar a vida mais colorida que você puder imaginar. Se você só puder oferecer-lhe  monotonia, horas requentadas e propostas meia-boca, então estará melhor sozinho. Mas se quiser o mundo, e outros mundos além, namore uma garota que lê.
Ou, melhor ainda, namore uma garota que escreve."
Texto original: Date a girl who reads – Rosemary Urquico
Tradução e adaptação – Gabriela Ventura

Namore um cara que lê...

 baseado no "Namore uma garota que lê",
          texto escrito pela Rosemary Urquico e
          traduzido e adaptado para o português
          pela Gabriela Ventura
        



Namore um cara que se orgulha da biblioteca que tem, ao invés do carro, das roupas ou do penteado. Ele também tem essas coisas, mas sabe que não é isso que vai torná-lo interessante aos seus olhos. Namore um cara que tenha uma pilha de três ou quatro livros na cabeceira e que lembre do nome da professora que o ensinou as primeiras letras.


     Encontre um cara que lê. Não é difícil descobrir: ele é aquele que tem a fala mansa e os olhos inquietos. Ele é aquele que pede, toda vez que vocês saem para passear, para entrar rapidinho na livraria, só para olhar um pouco. Sabe aquele que às vezes fica calado porque sabe que as palavras são importantes demais para serem desperdiçadas? Esse é o que lê.


     Ele é o cara que não tem medo de se sentar sozinho num café, num bar, num restaurante. Mas, se você olhar bem, ele não está sozinho: tem sempre um livro por perto, nem que seja só no pensamento. O rosto pode ser sério, mas ele não morde, não. Sente-se na mesa ao lado, estique o olho para enxergar a capa, sorria de leve. É bem fácil saber sobre o quê conversar.


     Diga algo sobre o Nobel do Vargas Llosa. Fale sobre sobre as novas traduções que andam saindo por aí. Cuidado: certos best-sellers são assunto proibido. Peça uma dica. Pergunte o que ele está lendo –e tenha paciência para escutar, a resposta nunca é assim tão fácil.


     Namore um cara que lê, ele vai entender um pouco melhor seu universo, porque já leu Simone, Clarice e –talvez não admita– sabe de memória uns trechos de Jane Austen. Seja você mesma, você mesmíssima, porque ele sabe que são as complicações, os poréns que fazem uma grande heroína. Um cara que lê enxerga em você todas as personagens de todos os romances.


     Um cara que lê não tem pressa, sabe que as pessoas aprendem com os anos, que qualquer um dos grandes tem parágrafos ruins, que o Saramago começou já velho, que o Calvino melhorou a cada romance, que o Borges pode soar sem sentido e que os russos precisam de paciência.


     Um namorado que lê gosta de muita coisa, mas, na dúvida, é fácil presenteá-lo: livro no aniversário, livro no Natal, livro na Páscoa. E livro no Dia das Crianças, por que não? Um cara que lê nunca abandonará uma pontinha de vontade de ser Mogli, o menino lobo.


     E você também ganhará um ou outro livro de presente. No seu aniversário ou no Dia dos Namorados ou numa terça-feira qualquer. E já fique sabendo que o mais importante não é bem o livro, mas o que ele quis dizer quando escolheu justo esse. Um cara que lê não dá um livro por acaso. E escreve dedicatórias, sempre.


     Entenda que ele precisa de um tempo sozinho, mas não é porque quer fugir de você. Invariavelmente, ele vai voltar –com o coração aquecido– para o seu lado.


     Demonstre seu amor em palavras, palavras escritas, falas pausadas, discursos inflamados. Ou em silêncios cheios de significados; nem todo silêncio é vazio.


     Ele vai se dedicar a transformar sua vida numa história. Deixará post-its com trechos de Tagore no espelho, mandará parágrafos de Saint-Exupéry por SMS. Você poderá, se chegar de mansinho, ouví-lo lendo Neruda baixinho no quarto ao lado. Quem sabe ele recite alguma coisa, meio envergonhado, nos dias especiais. Um cara que lê vai contar aos seus filhos a História Sem Fim e esconder a mão na manga do pijama para imitar o Capitão Gancho.


     Namore um cara que lê porque você merece. Merece um cara que coloque na sua vida aquela beleza singela dos grandes poemas. Se quiser uma companhia superficial, uma coisinha só para quebrar o galho por enquanto, então talvez ele não seja o melhor. Mas se quiser aquela parte do "e eles viveram felizes para sempre", namore um cara que lê.


     Ou, melhor ainda, namore um cara que escreve.


Esse texto me lembra meu amigo @nildoamorim do Garoto Que Lê 


:)


Fonte: http://acepipesescritos.blogspot.com.br/2011/07/namore-um-cara-que-le.html