domingo, 5 de abril de 2015

Modelo ABCD de interpretação: da adversidade à oportunidade

A história do modelo ABCD começa com o pai da terapia cognitiva, Albert Ellis e foi adaptada por Martin Seligman.

Esse modelo é uma maneira de nos ajudar a enxergar o caminho da adversidade à oportunidade. Ou seja, mesmo nos piores momentos, podemos tirar lições valiosas que vão nos impulsionar a novos desafios e vitórias.



ABCD significam Adversity, Belief, Consequence e Disputation, em português temos Adversidade, Crença, Consequência e Contestação.

Adversidade é o evento, a situação que não podemos mudar.

A Crença é nossa reação ao evento, porque ele ocorreu e o que isso significa para o nosso futuro. É um problema temporário ou permanente? Tem solução ou é impossível?

Se consideramos esse problema algo temporário e que tem solução, que essa adversidade pode ser uma oportunidade para coisas melhores, as chances de ter Consequências positivas aumentam.

Por outro lado, se a Crença nos leva ao pessimismo de que aquilo é impossível, as Consequências serão negativas. Nesse ponto, aplicamos a Contestação.

Na Contestação, o primeiro passo é admitir que as Crenças são só isso e não verdades absolutas. Depois deve-se contestá-las (desafiá-las). Uma recomendação dos psicólogos é externalizar a Contestação, como se você estivesse falando com outra pessoa.

Pense como se você estivesse aconselhando um amigo: você deixaria que ele seguisse por esse caminho? Acreditasse que a situação não tem solução?

Se depois de fazer isso a adversidade ainda parecer grave, pergunte-se se ela é de fato tão grave assim. 

Quando estamos diante de um situação difícil - a perda de um emprego, a morte de um ente querido ou o fim de um relacionamento - tendemos a superestimar nosso sofrimento. Nosso medo das consequências é sempre pior do que as consequências em si.

Tente descobrir as oportunidades ocultas nas adversidades.

Um simples exemplo da aplicação:

A - Adversidade:  Você está passeando pela rua e alguém que você conhece passa por você sem cumprimentar.

B - Crenças: Você pensa consigo mesmo: "O que eu fiz? Ele / ela deve estar chateado comigo ou não gosta mais de mim. "

C - Consequências: Você começa a se preocupar e se sentir mal sobre isso, então você fica um pouco irritado e decide dar um gelo na próxima vez que ver essa pessoa.

D - Contestação: Então você passa a pensar: "Espere, ele / ela provavelmente não me viu; talvez ele / ela estava distraída por algo difícil, que aconteceu mais cedo naquele dia."

Depois de dizer isso para si mesmo, você se sente mais relaxado, menos preocupado, mais racional. Você decide se aproximar desta pessoa na próxima vez que a encontrar.


Referências:

sexta-feira, 3 de abril de 2015

Sobre a tal felicidade e seu esquecimento

Pelo título já dá pra imaginar que lá vem mais um texto clichê. Pra começo de conversa, não sei porque as pessoas tratam a felicidade como clichê.

Essa semana, num dos muitos surtos do meu cérebro extremamente cansado, lembrei do pedaço de uma música que eu ouvi não sei em que lugar, mas que gostei. Google It e magicamente descubro a canção que ao mesmo tempo me entristeceu e me inspirou (confesso que sou uma escritora muito melhor nos dias nublados).

Esquecimento - Skank




De início não entendi muito bem porque a música exerceu uma forte influência no meu humor, mas hoje de manhã, como num estalo, eu compreendi.

O esquecimento da felicidade...

Revisitei uns textos do ano passado aqui do blog falando da minha "busca pela felicidade", ou melhor, construção da felicidade (nós criamos a nossa felicidade, não buscamos algo já pronto) - Coaching & Happier: a eterna busca pela felicidadeO #coaching acabou... mas as mudanças não! e Hora do ReComeço - e encontrei no meio da minha mesa bagunçada (tanto quanto meu coração e meus pensamentos) minha lista de sonhos, metas e atividades feita ano passado.

Feito isso, li e reli a lista. Tomei um café e voltei a encará-la. 

Li e reli alguns textos que eu tinha salvo durante a semana (todos sobre amor, felicidade, a vida e outros de pseudo-auto-ajuda).

Mais um café.

Tentei parar por aqui, então me deparei com essa imagem e a consegui a coragem que precisava pra abrir o coração.

A mágica acontece fora da zona de conforto


Olhando para lista nesse exato momento eu vejo alguns avanços, estou bem melhor que um ano atrás. Claro que algumas coisas que faziam sentido ano passado já não se aplicam no meu estado de vida atual, mas em resumo eu acredito que fui bem.

Então porque a angústia? O medo? O esquecimento? (inclusive escrevo o texto com essa música em replay)

E a felicidade que, no ano passado, eu achava que essa lista me traria?

Como nada acontece por acaso nessa vida, minha leitura atual é O Jeito Harvard de Ser Feliz, e com esse livro (e tudo que tenho lido sobre Psicologia Positiva - assunto de outro post) eu entendi onde está o erro - tudo comprovado cientificamente - mas não sei se é o suficiente.

O jeito Harvard de ser feliz
Resumindo a história, você não precisa ter sucesso pra ser feliz, mas precisa ser feliz pra ter sucesso...

Bem, parece que a fórmula que eu estava tentando usar estava equivocada. Aprendemos a nos empenhar, ter sucesso e então a sonhada felicidade virá, porém não importa o quanto o ciclo de se empenhar e ter sucesso se repita, parece que a felicidade está cada vez mais longe (já que sempre queremos mais). 

Porém, é comprovado que quando temos atitudes positivas e somos felizes, temos mais sucesso. Podemos mudar nosso cérebro para ser mais positivo, criativo e resiliente.

A felicidade deve ser o centro da vida, todo resto gira ao redor dela.

Parece controverso, mas ao mesmo tempo faz sentido. Ser feliz atrai coisas boas e o meu erro (o esquecimento da tal felicidade) prova que não importa a quantidade de realizações, não dá pra basear a felicidade em coisas e sucessos. Felicidade é sentimento, alegria, gratidão, serenidade, interesse, esperança, orgulho, divertimento, inspiração, maravilhamento e amor... (Barbara Fredrickson).

A vida é correria (pelo menos a minha). Não temos tempo pra pensar em coisas boas, dada a quantidade de desgraças que acontecem com a humanidade hoje em dia, o trânsito caótico, a quantidade de responsabilidades e emoções negativas que nos bombardeiam.

E o medo, claro. Medo do passado e do futuro que gera mais esquecimento, esquecimento do presente...

Esquecimento de viver....

Esquecimento da felicidade...

O que fazer? Sinceramente não sei... É tentativa e erro... Só não pode não fazer nada...

É pensar nas coisas boas, nas pessoas que você ama, no que te faz bem e seguir em frente vivendo o presente e planejando (modestamente) o futuro...

É não esquecendo de ser feliz antes e apesar de o que quer que você seja, queira e faça...



Não sei por que você 
Insiste em demorar 
Eu quero que você 
Diga já



Vale ler:

Experimento sobre suas características mais fortes - eu fiz o teste e minhas top 5 são: Justiça, Generosidade, Amor ao Aprendizado, Espiritualidade e Perdão