quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Ismália...

Continuo lendo... E quanto mais eu leio mais vontade de ler eu tenho...

É como se as palavras ganhassem vida própria e dentro de mim me lembrassem de quem eu era, me fazendo comparar com o que me tornei...

Palavras... Nem sempre conseguem dizer o que deveriam, as vezes são mal utilizadas... Mas nunca são só palavras...

Dessa vez eu lembrei de uma poesia bem interessante que faz refletir bastante: ISMÁLIA

"Quando Ismália enlouqueceu,
Pôs-se na torre a sonhar...
Viu uma lua no céu,
Viu outra lua no mar.

No sonho em que se perdeu,
Banhou-se toda em luar...
Queria subir ao céu,
Queria descer ao mar...

E, no desvario seu,
Na torre pôs-se a cantar...
Estava perto do céu,
Estava longe do mar...

E como um anjo pendeu
As asas para voar...
Queria a lua do céu,
Queria a lua do mar...

As asas que Deus lhe deu
Ruflaram de par em par...
Sua alma subiu ao céu,
Seu corpo desceu ao mar..."

É bem complexo quando se lê a primeira vez, mas aos poucos fica diferente, cada vez que você repete a leitura, sua interpretação ganha forma, não que exista uma interpretação certa, rs.

Ismália confunde a vida com a morte de forma a ter em suas mãos seu próprio destino. Sua alma e seu corpo fundem-se em um só, de tal forma que ultrapassam os limites do real. A fronteira que existe entre sonho e realidade.

Todos já tiveram um momento Ismália, onde o sonho estava tão longe da realidade que a vontade era ter os dois, só que essa realização era impossível...

Ismália alcançou a graça de tê-los. Mas isso só acontece na ficção, rs.

Mesmo assim  é um ótimo poema que faz refletir sobre a vida, onde as coisas mudam sem explicação ou aviso prévio...

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