quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

Dica de Leitura: Bórgia, o papa sinistro

Oi pessoal, o post de hoje é uma dica de leitura.

Estou terminando o livro Alexandre VI: Bórgia, o papa sinistro, no início eu não estava colocando muita fé, mas a leitura é muito interessante principalmente pra quem gosta de história.

O papa Alexandre VI, nascido Rodrigo Borja, foi papa da Igreja Católica de 1492 até 1503.

Segundo a história, seu papado foi comprado com muito ouro e terras, nada de eleição divina. Além disso durante os anos em que foi papa houveram envenenamentos, prostituição e nepotismo. 

Os próprios filhos do papa foram gerados por uma cortesã que foi sua amante por muito tempo. Depois se tornar papa ele arranjou outra amante, de berço mais nobre, e a mantinha no Vaticano.

Segue a descrição do seu papado segundo a Wikipédia:

"O papado de Alexandre VI começou tranquilo, mas não tardou para que se manifestasse sua ganância em sacrificar todos os interesses em favor da família. Nomeou Cardeais o seu filho de dezesseis anos, César Bórgia, os seus sobrinhos Francisco Borgia e Juan Lanzol de Bórgia de Romaní, o maior, um primo deste último Juan Castellar y de Borgia (it. Giovanni), os seus sobrinhos-neto Juan de Borja Llançol de Romaní, o menor, Pedro Luis de Borja Llançol de Romaní e Francisco Lloris y de Borja e o cunhado do seu filho César, Amanieu d'Albret. César seria posteriormente retratado por Maquiavel em sua obra O príncipe como o ideal do político e governante pragmático.
O cardeal Della Rovere o acusou de simonia, e trouxe o rei da França Carlos VIII para depô-lo, mas Bórgia fez um acordo, permitindo o trânsito dos exércitos franceses, e foi reconhecido como Papa pelo rei francês. Enquanto isto, ele negociou com o imperador alemão Maximiliano I e os governantes da Espanha e Veneza uma aliança, que derrotaram os franceses.
Um de seus acusadores era o frei dominicano Girolamo Savonarola, que havia conseguido reformar Florença através de muita coragem e uma brilhante oratória. Alexandre se conteve, diante dos ataques de Savonarola, até que, enfraquecido por ter repetidamente quebrado seu voto de obediência ao chefe da Igreja, Savonarola sofreu a sentença de excomunhão. Savonarola, porém, continuou seus ataques, e a ministrar a comunhão, e desafiou caminhar nas chamas para provar que ele tinha a palavra de Deus. Um outro frei dominicano se ofereceu para ir junto, porém quando o circo foi armado, e a multidão estava ansiosa para assistir ou um milagre ou uma tragédia, o frei se recusou a entrar nas chamas, e a influência de Savonarola diminuiu.
Um dos seus maiores desgostos foi quando seu filho, o Duque de Gandia, foi assassinato, com suspeitas recaindo sobre César Bórgia; quando seu corpo, mutilado, foi encontrado no Rio Tibre, o papa, entristecido, clamou que isto era uma punição por seus pecados. Após a morte do filho, Alexandre convocou os cardeais para reformar a Igreja e acabar com o nepotismo. Mas as reformas não foram adiante.
Seu pontificado é um paradigma de corrupção papal ocasionada pela invasão secular dentro da Igreja, mais tarde esse fato foi tido como desculpa para a separação dos protestantes. Alexandre VI protegeu as Ordens Religiosas, aprovando Congregações recém-fundadas e a evangelização do Novo Mundo e da Groelândia.
Durante seu pontificado, foram decretadas as Bulas Alexandrinas, tratados responsáveis pela divisão das possessões portuguesas e espanholas no mundo. Dentre elas são destaque as bulas Inter Coetera, Eximiae Devotionis e Dudum Siquidem. As negociações ibéricas levaram ao Tratado de Tordesilhas que confirmaria a divisão do mundo entre Portugal e Espanha, que foi contestado por outros monarcas, com destaque para Francisco I de Angoulême, rei da França. Tanto a França como a Inglaterra não reconheceram a decisão papal e estabeleceram colônias nas novas terras descobertas."



Além da leitura, indico assistir pelo menos a primeira temporada da série The Borgias (tem no NetFlix). Infelizmente ela foi cancelada na terceira temporada, mas vale a pena assistir antes de ler o livro, são muitos personagens e famílias e isso fica um pouco confuso ao ler.


Depois de assistir a dinâmica da série fica mais fácil terminar a leitura.


Até a próxima!

sábado, 14 de fevereiro de 2015

The Circle - Privacidade é roubo



Acabei de ler The Circle do Dave Eggers e apesar da leitura sem um pouco maçante em alguns pontos, com partes exageradamente descritivas, é uma leitura que recomendo a todos que vivem no mundo digital.

O Círculo é o que podemos chamar de próxima super empresa .com. Aquela que vai desbancar o Google e o Facebook e monopolizar toda a informação, a princípio visando o bem da humanidade mas no fim apenas por caprichos capitalistas.

A história é contada a partir da ótica de Mae Holland, que consegue um emprego no Círculo com a ajuda de sua amiga de faculdade Annie que é uma figura muito respeitada dentro da hierarquia da empresa.

No começo é tudo como um sonho, o campus do Círculo é o melhor retrato do que conhecemos hoje como Vale do Silício, centro de inovações e acima de tudo um lugar que se importa com seus funcionários, que valoriza o potencial humano, com academias, festas, creches, dormitórios e todo suporte para que seus funcionários não só trabalhem mas vivam a vida do campus.

O sucesso da empresa começa com o TruYou, uma plataforma que centraliza todas as informações das pessoas, seus documentos, suas informações bancárias e seu arquivos, todos na nuvem. Assim não existe mais a possibilidade do anonimato nas redes. Cada perfil virtual pertence a uma pessoa real com identificação única.

As ideias fomentadas no Círculo são boas, chips implantados em crianças que irão reduzir os sequestros, plataformas de vídeo que transmitirão ao vivo imagens em alta resolução de todos os lugares da terra e até serviços públicos sendo unificados por uma plataforma. Nada mais de sistemas precários do governo para habilitação, votação e impostos.

Tudo centralizado por uma empresa privada de alta tecnologia.

Porém trabalhar no Círculo não é o bastante, você tem que tornar a sua vida parte do Círculo. Seu trabalho depende não só de suas atividades dentro da empresa, mas do quanto você compartilha sua vida fora dela através das plataformas disponibilizadas pela empresa.

Em certo ponto do livro, Mae chega a ser chamada a atenção por não compartilhar e nem tirar fotos mostrando que tinha ido andar de caiaque. Segundo o ideal do Círculo, privacidade é roubo, quando você torna sua vida privada, está roubando das outras pessoas o acesso a informação.

Quem não deve não teme, e para o bem da humanidade, todos deveriam compartilhar tudo com os outros. 

Uma das inovações do Círculo é a chamada Transparência, onde as pessoas andam com câmeras no pescoço que transmitem 24 horas as imagens do seu dia. 

Alguns políticos aderem a essa ideia e para provar sua honestidade passam a adotar esse principio e transmitir todas as suas ações para o povo. (considerando o momento que vivemos no Brasil seria muito útil ter um Big Brother dos nossos políticos).

Mas pensando racionalmente, ter sua vida online 24 horas não é lá uma coisa muito boa. E o mais incrível é que as pessoas fazem isso por que querem, assim como usamos as redes sociais e compartilhamos alguns aspectos da nossa vida porque queremos e não porque somos obrigados.

Se eu contar mais do que isso vai ser spoiller, mas eu recomendo a leitura porque as consequências de tudo isso são bem inesperadas.

Fica a reflexão de algo que pode ser o nosso futuro bem próximo, sabemos que nossas informações estão armazenadas por aí (e porque nós fornecemos de bom grado). Mas qual é o limite dessa posse de informações e também do consumo.

No Círculo os funcionários trabalham com 6 telas (isso mesmo 6 TELAS) para estarem atentos a todos os acontecimentos, mas esse bombardeio de informações não é nada saudável, além do fato de que os funcionários são avaliados não só pelo desempenho das suas atividades mas também pela sua participação nas redes sociais, presença nos eventos e compartilhamento da sua vida.

Imagem o que acontece quando uma empresa privada detêm o controle de todas as informações do mundo, o que no livro um dos próprios fundadores do Círculo chama de monopólio tirânico.


Termino o texto com essas 3 frases do Círculo: "segredos são mentiras", "compartilhar é cuidar", "privacidade é roubo" e continuo refletindo sobre a vida online e offline e o que o futuro nos reserva quando a privacidade e a neutralidade da rede.